Dorivã da Silva também conta sobre os desafios ao representar a cultura do Estado em suas músicas, que são inspiradas em memórias da infância, histórias da sua terra e conexão profunda com a natureza tocantinense
Com sua trajetória marcada por uma profunda conexão com a terra, fauna e flora do Tocantins, o músico e compositor Dorivan Borges da Silva, conhecido como ‘Dorivã’, relata como a cultura e a paisagem de sua terra natal influenciaram as letras de suas composições.
O cantor, nascido em Cristalândia, revelou que a sua infância e adolescência em Gurupi, nos anos 70, o inspiraram a compor músicas que refletem suas raízes tocantinenses.
“Naquela época as cidades tinham cara de fazendas, e eu vivia à beira de córregos tomando banhos e jogando bola em campinhos de terra. Havia uma paisagem muito natural, água, terra, fogo e ar, e uma fauna e flora muito viva, onde nem televisão, telefone ou qualquer tipo de tecnologia roubava a cena”, contou.
As recordações de infância e vivências nas estradas e matas do Tocantins são a base de suas canções, tornando-se a essência de seu trabalho.
Dorivã explica que a influência do Tocantins nas suas canções está ligada aos elementos naturais e às regiões turísticas do estado, como o capim dourado, os cristais de Cristalândia, a região da Ilha do Bananal, o Jalapão e as festas religiosas que envolvem a cultura local. A iconografia tocantinense tornou-se uma parte fundamental de suas composições.
“Sou autodidata, não tenho pais e nem parentes músicos. Não pude viajar para ver coisas e culturas de outros lugares, por isso trago a identidade de minha gente e de minha terra, muito viva em meu trabalho”.
Para o cantor, o Tocantins é uma fonte inesgotável de inspiração, “Como compositor, não escolho local. O lugar correto para mim é onde sinto fagulhar a inspiração, que pode ser na natureza ou no quintal de casa. Gosto de estar conectado com minha ancestralidade por entre matas e rios de minha terra”.
Uma das histórias mais fascinantes compartilhadas por Dorivã revela a criação da música “Passarim do Jalapão”. Enquanto visitava o parque pela primeira vez, ele se deparou com um pássaro, que pousou no galho de uma árvore seca, às margens do Rio Novo.
“Olhei para o passarim, passarim olhou para mim, e dali começamos um diálogo. Perguntei: passarim do Jalapão, me revela alguns segredos, teus mistérios e magias, cante ao povo brasileiro. E dessa pergunta que fiz, nasceu a canção “Passarim do Jalapão””.
O cantor acredita que a música desempenha um papel fundamental na preservação da cultura tocantinense e vê como uma ferramenta pedagógica. “Quando unidas têm um papel fundamental em uma sociedade. O Tocantins é um estado ainda muito jovem, e ainda caminha para construção de políticas públicas que possam unir cultura e educação”, conta.
Os ritmos e batidas de suas canções são extraídos da música popular brasileira e criam obras que inspiram, educam e preservam a rica herança cultural tocantinense.
Sobre o papel da música na divulgação da cultura local e na promoção do Tocantins como um destino turístico, Dorivã considera desvalorizada a classe musical e não vê propostas interessantes.
“Tanto as agências particulares de turismo que exploram nossas riquezas naturais, como o próprio governo, quando cria anúncios de turismo em suas peças, não nos convidam para compor”, analisa.
Há também outros desafios a serem enfrentados, como a desigualdade nos cachês. “Não se pode oferecer um trabalho de qualidade ao público que sempre irá comparar o nosso trabalho com os dos artistas nacionais. O fato de ainda não estarmos vivendo de nossas bilheterias é um caso sério”, afirma o cantor.
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